
"Não haverá desoneração para favorecer os mais ricos", diz presidente
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
      Nesta quarta-feira (1º), durante ato com trabalhadores na zona        leste de São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva        sancionou o Projeto de Lei nº 81/2024 que corrige a tabela do        Imposto de Renda, aumentando a isenção para quem recebe até dois        salários mínimos por mês. Ele reafirmou a promessa de, até o fim        do seu mandato em 2026, aprovar a isenção do pagamento do imposto        de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.
      "Esse país vai tratar com muito respeito 203 milhões de homens        e mulheres que moram nesse país. A economia brasileira já voltou a        crescer, o salário já voltou a crescer, o imposto de renda eu        prometi para vocês que até o final do meu mandato, até R$ 5 mil as        pessoas não pagarão imposto de renda. E estou dizendo para vocês a        palavra continua em pé", disse Lula, destacando a articulação dos        seus ministros com o Congresso Nacional na aprovação de medidas de        interesse do governo.
      "Foi assim que nós fizemos, pela primeira vez no momento de        democracia, a reforma tributária em que a gente vai despenalizar a        pessoa de classe média que paga muito e fazer com que o muito rico        pague um pouco do Imposto de Renda nesse país porque só o pobre é        que paga. Nessa proposta de Imposto de Renda todo o alimento da        cesta básica será desonerado e não terá Imposto de Renda sobre        comida do povo trabalhador desse país", acrescentou.
      Ainda durante o ato, Lula assinou o decreto de promulgação da        Convenção e Recomendação sobre o Trabalho Decente para as        Trabalhadoras e os Trabalhadores Domésticos
      Desoneração
      O presidente também aproveitou o discurso para criticar a        manutenção da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da        economia. Lula disse que "não haverá desoneração para favorecer os        mais ricos".
      No fim do ano passado, o Congresso Nacional aprovou o projeto        de lei da desoneração que prorroga, até 2027, a troca da        contribuição previdenciária – correspondente a 20% da folha de        pagamento – por uma alíquota entre 1% e 4,5% sobre a receita bruta        de empresas de 17 setores da economia. O projeto também cortou de        20% para 8% a alíquota das contribuições ao INSS por parte dos        municípios com até 156 mil habitantes.
      "A gente faz desoneração quando o povo pobre ganha, quando o        trabalhador ganha, mas fazer desoneração sem que eles sequer se        comprometam a gerar um emprego, sem que eles sequer se comprometam        a dar garantia para quem está trabalhando. Eu quero dizer que no        nosso país não haverá desoneração para favorecer os mais ricos e,        sim, para favorecer aqueles que trabalham e que vivem de salário",        disse Lula.
      O presidente Lula vetou o projeto de lei da desoneração, mas o        Congresso derrubou o veto ainda em dezembro do ano passado,        mantendo o benefício às empresas. Para Lula, a medida não garante        a geração de empregos e não pode haver desoneração da folha de        pagamento de empresas sem contrapartida aos trabalhadores.
      A desoneração da folha de pagamento tem impacto de cerca de R$        9 bilhões por ano à Previdência Social. A ajuda aos pequenos        municípios fará o governo deixar de arrecadar R$ 10 bilhões por        ano. O governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal e a ação tem o        placar de 5 a 0 na Corte para suspender a desoneração. Para o        ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é preciso encontrar um        caminho para evitar prejuízos à Previdência Social. "A receita da        Previdência é sagrada para pagar os aposentados. Não dá para        brincar com essa coisa", disse Haddad, nessa semana.
      O ato em São Paulo foi realizado no estacionamento da Neo        Química Arena (estádio do Corinthians), na zona leste da capital        paulista. Pela primeira vez, a celebração deixou de ser realizada        na região central da cidade, no conhecido Vale do Anhangabaú.
      Durante seu discurso, Lula comentou sobre o esvaziamento do        evento e cobrou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência,        Márcio Macêdo, responsável pela articulação do governo com os        movimentos sociais.
      "Não pense que vai ficar assim. Vocês sabem que ontem eu        conversei com ele sobre esse ato e eu disse para ele, 'Márcio, o        ato está mal convocado, nós não fizemos o esforço necessário para        levar a quantidade de gente que era preciso levar'. Mas, de        qualquer forma, eu estou acostumado a falar com mil, com 1 milhão,        mas também, se for necessário, eu falo apenas com uma senhora        maravilhosa que está ali na minha frente", disse Lula.
      Pelo sexto ano seguido, os atos políticos do Dia do Trabalhador        em todo o país são organizados, de forma unificada, pelas centrais        sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB e Intersindical        Central da Classe Trabalhadora. Shows e apresentações culturais        também fazem parte da programação.
      "Sob o tema Por um Brasil mais Justo, o 1º de Maio 2024 será um        dia de celebração e reflexão para levar a toda a população        brasileira a luta do movimento sindical em defesa da classe        trabalhadora", informou a CUT. Entre as pautas das entidades estão        emprego decente, correção da tabela de Imposto de Renda, juros        mais baixos, valorização do serviço e dos servidores públicos,        igualdade salarial e aposentadoria digna.
    
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