Produção de morango em calhas de isopor

Sistema de produção de morango aumenta a produtividade e dobra a durabilidade pós-colheita, o que agrega valor entre R$ 2,00 e R$ 3,00 acima do preço pago pelo morango convencional


A empresa Frutas & Frutos, localizada em Antônio Carlos (MG), desenvolveu um novo sistema de produção de morango que aumenta a produtividade e dobra a durabilidade pós-colheita, o que agrega valor entre R$ 2,00 e R$ 3,00 acima do preço pago pelo morango convencional. Nesse sistema, a produtividade atinge 2,3 kg de morango por planta, ao final de quinze meses, e gera uma economia de 60% de água.

Foi do sonho da matriarcada família, Lúcia Santos, e do pai,Ilacir de Almeida, que nasceu a empresa Frutas & Frutos, unindo seus filhos Fábio, Márcia e Gilberto de Almeida na produção de morangos e tomates mais saborosos e saudáveis. A empresa foi originada no sítio Olhos D’água, localizado em Antônio Carlos (MG), que pertencera ao avô dela.

Há quatro anos, entretanto, aconteceu a revolução, do sistema convencional para calhas em isopor, que permite uma produção diferenciadae leva o nome Frutas Almeida Santos. “Temos estufas em três cidades (Antônio Carlos, Juiz de Fora e Domingos Martins) e em dois Estados (MG e ES). Temos, aproximadamente, 100 mil plantas de mudas de morango, e algo em torno de cinco mil pés de tomate”, relata Gilberto de Almeida, sócio-fundador da Frutas Almeida Santos.

Nas últimas estufas em que o plantio foi trocado, a Frutas Almeida Santos atingiu 2,3 kg de morango por planta, ao final de quinze meses, que é o ciclo da planta, ou 200 toneladas ao ano. Já de tomate grape são produzidos, em média, 5 kg em quatro meses de colheita.

Fábio Almeida, sócio-diretor da empresa, explica que uma das diferenças da produção em calhas de isopor é a durabilidade pós-colheita, um grande problema enfrentado pelos atacadistas. “Um cliente que compra 100 caixas de morango nosso, por exemplo, não tem perdas. Isso porque, além do sistema, também não utilizamos agrotóxico nas frutas, e por isso tem valor agregado entre R$ 2,00 e R$ 3,00 acima do preço pago pelo morango convencional, o que já paga o investimento na estrutura”, pontua.

Além de todas essas vantagens, o sistema hidropônico em calhas de isopor exige que o produtor troque apenas a muda, ao final do ciclo da planta, dispensando as adubações e tratos culturais necessários no sistema convencional.

Quanto ao custo, o sistema hidropônico com calhas de isopor inicia em R$ 4,00 por planta, mas por uma única vez. As estruturas da estufa, por exemplo, têm uma vida útil de 10 anos, em média.



Por que é melhor

As calhas de isopor, sistema desenvolvido e patenteado pela Frutas Almeida Santos, vieram como solução para regular a temperatura na zona radicular, permitindo a elas absorver os nutrientes mais facilmente. O resultado é uma planta muito mais sadia, que estará mais apta a produzir com qualidade, sem a preocupação com a defesa de patógenos. “Temos, com esse sistema, um ganho de produtividade de um quilo de fruto por planta em 15 meses, e economia de 60% de água por conta da transpiração da planta”, afirma Fábio.

Comprando um morango convencional no mercado, o produtor calcula que a durabilidade média dele seja de 1,5 dia. Já o morango hidropônicocom substrato na calha de isopor tem uma durabilidade de três dias na gôndola, um ganho bastante expressivo para o comerciante.

Quanto à água, Gilberto compara o sistema convencional com o hidropônico em substrato, que traz um incremento de 60% comparado ao sistema convencional.

A família Almeida está orgulhosa da qualidade do morango produzido pelas Frutas & Frutos

Como funciona

A Frutas Almeida Santoscomercializa as calhas de isopor. Fábio explica que só é preciso fazer uso de eucalipto de lenha e bambu para construir uma estrutura parecida com uma mesa, e sobre ela colocar as calhas, em torno de 80 cm do chão e ali depositar as mudas de morango, que produzirão de forma comercial pelo período de um a 1,5 ano.

“O reaproveitamento do sistema é muito bom. No primeiro ano o investimento é um pouco mais alto se comparado ao sistema convencional, mas na troca do plantio as horas de trator, adubação de base e demais tratos contra doenças de solo são todos eliminados. Os únicos problemas fitossanitários possíveis são ácaros, tripes e oídio,mais fáceis de combater, mostrando a versatilidade e lucratividade do sistema”, garante Gilberto, que destaca também a ergonomia do operador, neste sistema.

Frutas para várias demandas

Além da fruta in natura, a empresa também comercializa morango congelado, atendendo de forma direta as padarias, mercados, casa de sucos e lanchonetes, as geleias e os licores de morango, fabricados pessoalmente por Lúcia Santos, que faz questão de ‘por a mão na massa’.

No período frio, Gilberto conta que são produzidos 800 kg/mês de morango congelado, enquanto no verão essa quantidade triplica. Já de geleia são produzidos de forma artesanal 400 potes de geleia e 100 litros de licor ao mês.

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