Fieg aponta avanços em Goiás, mas reforça desafios para cumprir metas do Marco Legal e ampliar competitividade da indústria

 O Conselho Temático de Infraestrutura (Coinfra) da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) divulgou quinta-feira (04/12) o Relatório de Infraestrutura - Saneamento 2025, publicação que apresenta uma radiografia detalhada dos serviços de abastecimento de água, perdas hídricas, coleta e tratamento de esgoto no Estado. Os dados, consolidados a partir do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), mostram avanços consistentes na última década, mas também evidenciam a necessidade de acelerar investimentos para atender às metas do Marco Legal do Saneamento.

A cobertura de abastecimento de água atingiu 89,3% da população total e 98,2% da população urbana, demonstrando evolução contínua desde 2010. O relatório destaca ainda a queda expressiva do Índice de Perdas na Distribuição de Água, que passou de 32,2% para 23,5% em 14 anos - desempenho significativamente melhor que a média nacional de 39,9%.

Na rede de esgoto, o avanço também é consistente. A população atendida saltou de 37,6% para 67,3%, enquanto o tratamento do esgoto coletado alcançou 94,7%, um dos melhores índices regionais. Já o tratamento do esgoto gerado chegou a 60%, sinalizando espaço para expansão da infraestrutura de coleta.

Marco Legal do Saneamento - A legislação nacional, aprovada em 2020, reforçou os prazos para que todo o País alcance universalização dos serviços até 2033, com possibilidade de extensão até 2040 mediante justificativa técnica. Embora Goiás apresente desempenho superior à média brasileira, o relatório evidencia que ainda há um caminho importante a percorrer, especialmente na ampliação da coleta e na redução das desigualdades entre áreas urbanas e regiões de menor densidade populacional.

“Os dados mostram que Goiás está avançando, mas precisamos acelerar. A ampliação do saneamento não é apenas uma obrigação legal. Ela impacta diretamente a saúde das cidades, o desenvolvimento regional e a capacidade das empresas de operar com segurança hídrica”, afirma o presidente do Coinfra, Célio Eustáquio de Moura.

Competitividade industrial depende de segurança hídrica - O documento reforça que a disponibilidade de água tratada, em quantidade e regularidade, é um insumo fundamental para a indústria, influenciando produtividade, custos operacionais e previsibilidade no processo produtivo.

Setores como alimentos e bebidas, fármacos, mineração, metalurgia, e diversos segmentos agroindustriais dependem de abastecimento contínuo para operar. Além disso, municípios com infraestrutura de saneamento mais desenvolvida tendem a atrair novos investimentos e reduzir riscos ambientais e sanitários.

“Investir em saneamento significa fortalecer o ambiente de negócios. Água confiável, perdas menores e redes eficientes permitem que as indústrias façam planejamento de longo prazo e ampliem sua competitividade”, avalia Célio Eustáquio, destacando o papel do Coinfra no monitoramento dos indicadores do setor.

O relatório aponta que, apesar dos avanços, persiste a necessidade de:
• Expandir a coleta e o tratamento de esgoto, especialmente em áreas menos urbanizadas;
• Modernizar redes e equipamentos para reduzir ainda mais as perdas de água;
• Garantir investimentos contínuos, públicos e privados, alinhados às metas do Marco Legal;
• Aprimorar sistemas de monitoramento e gestão para aumentar eficiência e sustentabilidade.

Sobre o Relatório - O Relatório de Infraestrutura - Saneamento 2025 compila informações oficiais, analisadas pela equipe técnica do Coinfra-Fieg, e serve como ferramenta de apoio a políticas públicas, planejamento empresarial e ações de promoção da competitividade no Estado.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
Bio Caldo - Quit Alimentos