Fieg e Sinvest discutem Reforma Tributária e os novos desafios para o setor de vestuário

 A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), por meio do Conselho Temático de Assuntos Tributários (Conat), em parceria com o Sindicato das Indústrias de Vestuário de Goiás (Sinvest), realizou quarta-feira (8/10) a palestra 'Reforma Tributária e Novos Modelos para o Segmento de Vestuário: Desafios e Oportunidades'. O evento ocorreu em formato híbrido - presencialmente na Casa da Indústria, em Goiânia, e com transmissão on-line via Zoom Cloud Meetings.


Com apresentações dos advogados e especialistas em Direito Tributário Fabrízio Landim e Ricardo Bastos, o encontro reuniu empresários e lideranças industriais para discutir as transformações trazidas pela reforma tributária, especialmente a implementação dos novos tributos IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), e seus reflexos para o setor de confecções.

Um verdadeiro labirinto tributário - Na abertura do evento, o presidente da Fieg, André Rocha, ressaltou que a competitividade entre Estados está diretamente ligada às políticas públicas de fomento à economia.

“A competitividade dos Estados envolve muito mais do que a realidade das empresas. Envolve políticas públicas que permitam crescimento, geração de empregos e equilíbrio fiscal. Goiás tem conseguido crescer acima da média nacional justamente por adotar medidas que reduziram a carga tributária em momentos de crise”, destacou.

Ao avaliar o atual cenário, André Rocha pontuou que o país enfrenta um período de transição complexo. “Agora, com a reforma, enfrentamos um cenário de incertezas e contradições, um verdadeiro labirinto tributário que exige atenção e diálogo constante do setor produtivo”, alertou o dirigente.

Impactos e ajustes no modelo de negócios - O presidente do Conat, Eduardo Zuppani, que mediou o debate ao lado de José Divino Arruda, presidente do Sinvest, chamou atenção para o aumento da pressão tributária sobre as empresas.

“Falamos muito sobre reforma tributária, mas estamos sendo atingidos também por mudanças no imposto de renda, tributação sobre dividendos e aplicações financeiras. Estamos sendo apertados por todos os lados. E parece que a sociedade ainda não fez um contraponto em relação a isso, o que é muito preocupante”, afirmou.

Segundo Zuppani, as indústrias precisarão repensar seus modelos de operação para se manterem competitivas. “Dentro do planejamento das empresas, o maior peso é o tributo. Qualquer alteração impacta diretamente o desempenho dos negócios. O desafio é continuarmos competitivos e manter nossos negócios viáveis. A partir de 2033, certamente o modelo terá que ser completamente diferente do atual”, completou.

Momento é de atenção e preparação - Durante sua palestra, o advogado Fabrízio Landim apresentou um panorama detalhado da reforma e seus principais instrumentos legais, destacando que o novo sistema busca simplificar, mas traz desafios complexos de transição.

“Quando se fala em reforma tributária, é preciso entender que estamos apenas na fase embrionária do processo. Os impactos reais para o setor produtivo começam a partir de 2027, com a substituição de tributos como PIS e Cofins pela CBS, e posteriormente pela adoção plena do IBS. Nesse período, as empresas terão de conviver com dois regimes tributários, o que exigirá planejamento e adequação”, explicou.

Landim alertou ainda para o efeito regressivo da tributação sobre o consumo e o risco de aumento de desigualdades. “Nenhum país prospera com tributação excessiva sobre o consumo. Essa carga penaliza especialmente os trabalhadores e reduz o poder de compra das famílias, o que afeta diretamente o setor de vestuário e a indústria como um todo”, ponderou.

Setor atento às mudanças - O presidente do Sinvest, José Divino Arruda, destacou a importância de levar o debate tributário para perto das empresas e sindicatos.

“O segmento de vestuário é um dos que mais emprega. Entender a reforma e antecipar os ajustes é fundamental para que as indústrias não sejam surpreendidas. Nosso objetivo é transformar informação em ação, preparando o setor para o que vem pela frente”, disse.

O encontro contou ainda com a participação do presidente do Conselho Temático da Micro e Pequena Empresa (Compem) da Fieg, Jaime Canedo, e com a interação de empresários de todo o Estado, que puderam tirar dúvidas em tempo real sobre a aplicação das novas regras e regimes diferenciados previstos na Lei Complementar nº 214/2025.

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