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| Foto: Freepik |
Neurologista alerta para importância da informação e da rapidez no atendimento
O acidente vascular cerebral, conhecido como AVC, é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo — mas também uma das mais evitáveis. De acordo com o neurologista do Instituto de Neurologia de Goiânia (Neurológico), Iron Dangoni Filho, o tema ganha destaque no Dia Mundial e Dia Nacional de Prevenção ao do Acidente Vascular Cerebral, em 29 de outubro, como um lembrete urgente: informação e rapidez salvam vidas.
No Brasil, os números também preocupam: são mais de 400 mil novos casos por ano, fazendo da doença uma das principais causas de morte e a primeira causa de incapacidade em adultos.
Segundo o especialista, a data é uma oportunidade de reforçar, reconhecer os sinais e agir rápido faz toda a diferença, pois o tempo é o fator mais importante, quanto mais cedo o paciente chega ao hospital, maiores são as chances de recuperação completa.
“Existe uma janela de até quatro horas e meia para o uso de medicamentos que dissolvem o coágulo e podem reverter o quadro. Em situações mais graves, a trombectomia mecânica — procedimento que retira o coágulo por cateter — também precisa ser feita o quanto antes. Cada minuto de AVC leva à morte de aproximadamente dois milhões de neurônios. Por isso, a rapidez no atendimento é decisiva para evitar sequela”, reforça Iron Dangoni.
Fatores de risco
e prevenção
Os principais fatores de risco são conhecidos: hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, obesidade e arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial. Há ainda fatores que não podem ser modificados, como idade, sexo feminino (para casos mais graves), etnia e histórico familiar. Por isso, a prevenção deve ser constante e acompanhada de mudanças de hábito.
Entre as medidas preventivas, ele destaca a pressão arterial controlada, a alimentação equilibrada, a atividade física regular, o abandono do cigarro, o controle do diabetes e do colesterol, além de boas noites de sono e consultas médicas periódicas.
Para identificar um AVC, o neurologista ensina uma maneira simples de lembrar os sinais: a palavra SAMU — Sorriso torto, Abraço fraco, Mensagem confusa e Urgência. “Qualquer alteração súbita, seja de fala, força, visão ou equilíbrio, é um alerta. É essencial procurar imediatamente atendimento médico o quanto antes. Somente exames de imagem, como tomografia ou ressonância, podem confirmar o diagnóstico e indicar o tratamento adequado”, destaca.
Nos últimos anos, a medicina avançou em novas técnicas de tratamento e reabilitação. Além da trombectomia, há protocolos de reabilitação intensiva iniciados ainda durante a internação, com apoio de tecnologias como realidade virtual e estimulação cerebral.
O processo de recuperação envolve uma equipe multidisciplinar — neurologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e nutricionistas —, todos atuando para devolver autonomia e qualidade de vida ao paciente.
Mesmo com todos os progressos, Iron Dangoni ressalta que a desinformação ainda é um grande desafio. “Muita gente acredita que o AVC é uma doença exclusiva dos idosos, o que não é verdade. Ele pode atingir qualquer faixa etária, inclusive jovens. Por isso, campanhas de conscientização são fundamentais para quebrar mitos e ensinar a agir no momento certo”, observa.
Para o especialista, o conhecimento é a maior arma contra o AVC. Quando a população reconhece os sinais, busca ajuda rapidamente e adota hábitos saudáveis, muitas vidas estão sendo salvas. Informação é prevenção, é cuidado e é vida.




