Goiânia (GO) - “Tem havido um aumento preocupante de doenças cardíacas em pessoas mais jovens”, afirma o cardiologista Leonardo Sara, da equipe CDI Premium, ressaltando que o infarto em jovens, embora menos comum do que em idosos, pode ser mais grave, pois o organismo não teve tempo de desenvolver os mecanismos de compensação que ocorrem com o envelhecimento das artérias.
O alerta do especialista é confirmado por dados recentes do
Ministério da Saúde: nas últimas duas décadas, o número de infartos em
brasileiros com menos de 40 anos aumentou impressionantes 180%.
A taxa de internações por infarto nesse grupo etário passou
de menos de dois casos para quase cinco a cada 100 mil habitantes, um salto
expressivo, especialmente quando se considera que, historicamente, doenças
cardiovasculares eram associadas a pessoas mais velhas.
Estilo de vida
O crescimento do número de casos tem relação direta com
mudanças no estilo de vida e na rotina da população jovem. Segundo Leonardo
Sara, fatores como sedentarismo, má alimentação, aumento do estresse, uso de
anabolizantes, consumo de drogas ilícitas e histórico familiar de doenças
cardíacas estão entre as principais causas desse fenômeno.
Ele ressalta que muitos jovens acreditam estar saudáveis por
serem ativos ou frequentarem academias, mas ignoram outros comportamentos
nocivos que colocam o coração em risco. Além disso, a prática de atividade física
ainda está muito aquém do ideal para a maioria das pessoas.
A falsa impressão de que os jovens estão se movimentando
mais esconde a realidade de uma rotina sedentária, marcada por longas horas em
frente a telas e uma alimentação pobre em nutrientes e rica em
industrializados, açúcares e gorduras saturadas.
“Por isso, é fundamental que os jovens adotem hábitos
saudáveis e procurem orientação médica se apresentarem qualquer sintoma
cardiovascular”, afirma o médico.
Óbitos
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia,
as doenças cardiovasculares seguem como a principal causa de morte no Brasil,
sendo responsáveis por aproximadamente 400 mil óbitos por ano. Elas representam
cerca de 30% de todas as mortes no país, superando, por exemplo, as causas
externas como acidentes e violência.
Entre os problemas cardíacos mais frequentes em pessoas
jovens estão as arritmias, malformações congênitas, doenças valvares e a doença
arterial coronariana, que embora mais típica após os 40 anos, tem sido
diagnosticada cada vez mais cedo, inclusive em pessoas na faixa dos 30 anos.
Prevenção
Para Leonardo Sara, é fundamental que os jovens compreendam a importância da prevenção. Mesmo sem sintomas, é indicado realizar avaliações cardiológicas regulares, principalmente quando há histórico familiar de doenças do coração. Exames, como eletrocardiograma, ecocardiograma, testes de esforço e análise de sangue, escore de cálcio podem detectar riscos silenciosos.
Além disso, ele reforça que a mudança no estilo de vida deve ir além da prática de exercícios: é necessário cuidar da alimentação, dormir bem, evitar o uso de substâncias químicas e manter a saúde mental sob controle.
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