Campanha Maio Verde alerta para a importância do diagnóstico
precoce e do tratamento adequado para prevenir a cegueira
Goiânia (GO) - O mês de maio é dedicado à conscientização sobre o glaucoma,
e no dia 26, segunda-feira, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma.
Essa é uma doença ocular silenciosa que pode levar à cegueira se não for
diagnosticada e tratada precocemente.
Estima-se que mais de 120 mil goianos convivam com o
glaucoma sem saber. No Brasil, são cerca de 1 milhão de pessoas nessa situação.
Caracterizado pelo aumento da pressão intraocular e a
principal causa de cegueira irreversível no mundo, o glaucoma é uma doença
crônica que, na maioria dos casos, não apresenta sintomas nas fases iniciais, o
que torna o diagnóstico precoce essencial para o sucesso do tratamento.
Nesta entrevista, o médico oftalmologista Ricardo Antônio Pereira (foto), da
equipe do Instituto Panamericano da Visão, fala sobre a doença, seus fatores de
risco e formas de tratamento. Confira:
O que é o glaucoma?
Glaucoma é uma neuropatia óptica, ou seja, uma doença
degenerativa do nervo óptico. É a principal causa de cegueira irreversível no
mundo. Trata-se de uma doença silenciosa e crônica, que pode ser primária, sem
causa conhecida, ou secundária a outras doenças ou problemas.
Quais são os sintomas da doença?
No glaucoma primário, não há sintomas. No glaucoma
secundário, pode haver dor e muitos outros sintomas oculares. Perda de campo
visual, alterações do nervo óptico e baixa de visão são as alterações mais
comuns no paciente com glaucoma. Mas o diagnóstico só é possível por meio do
exame oftalmológico e de exames específicos.
Qual é a prevalência da doença no Brasil?
A prevalência da doença é de cerca de 2% da população.
Estima-se que metade dos portadores de glaucoma não saiba que tem a doença.
Portanto, é uma condição subdiagnosticada.
A doença tem uma causa específica? Quais são os fatores de
risco?
Diversos são os fatores de risco, mas o mais importante é a
hereditariedade. Miopia, idade avançada, doenças oculares e raça negra estão
entre eles. Se o paciente apresentar esses fatores, deve ser examinado a cada 6
ou 12 meses. Em pacientes sem fatores de risco, a consulta de rotina pode ser
anual.
A doença tem cura?
O glaucoma não tem cura, apenas controle para evitar perdas
maiores da visão. Atualmente, há diversas formas de tratamento, conforme o
caso. Não existe um tratamento padrão, e sim a individualização de cada
situação. Podem ser utilizados medicamentos, laser, cirurgias ou uma combinação
desses recursos. Quanto mais tarde se inicia o tratamento, pior será o
desfecho. O tratamento precoce, aliado a uma boa aderência, melhora muito o
prognóstico.
Há alguns anos, o glaucoma levava à cegueira na grande
maioria dos pacientes. Hoje, os recursos são muito mais eficazes. O sucesso do
tratamento depende, basicamente, dos cuidados e da disciplina do paciente.
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