Apagão na Europa expõe vulnerabilidade de infraestruturas críticas

 Especialista em cibersegurança, Eduardo Nery, comenta os riscos para a mobilidade, saúde e comunicação e reforça a necessidade de proteção redobrada 



O blecaute que atingiu vastas áreas da Europa, nesta segunda-feira, 28 de abril, acende um alerta global sobre a vulnerabilidade das infraestruturas críticas - e ainda mantém viva a preocupação com possíveis riscos cibernéticos. Portugal, Espanha, França, Alemanha e, em menor escala, a Bélgica foram afetados por quedas de energia que paralisaram trens, metrôs e impactaram hospitais, aeroportos e sistemas de comunicação.

Segundo as autoridades portuguesas, o apagão foi provocado por um "fenômeno atmosférico raro" que afetou a rede elétrica internacional. Ainda assim, a retomada plena da normalidade pode levar até uma semana. Investigações conduzidas por órgãos de segurança da Espanha e de Portugal também continuam analisando qualquer outra vulnerabilidade que possa ter contribuído para a falha, inclusive riscos cibernéticos. 

O especialista em cibersegurança e CEO da Every Cybersecurity, Eduardo Nery, alerta para os impactos de falhas em infraestruturas críticas. "Falhas em infraestruturas críticas podem provocar problemas altamente relevantes para os países. Se pensarmos na área de mobilidade, como sinais de trânsito, trens e metrôs, a falta de funcionamento pode gerar um verdadeiro caos nas cidades. Já na saúde, cirurgias presenciais e remotas podem ser interrompidas pela falta de energia ou de componentes afetados. E no setor de telecomunicações, a interrupção das redes pode comprometer a comunicação em larga escala", explica. 

Nery enfatiza ainda a importância de uma preparação contínua. "É fundamental que sejam feitas análises de vulnerabilidades nas infraestruturas críticas e que existam planos de continuidade de negócio bem estruturados. Energia, telecomunicações, abastecimento de água - todos esses setores precisam estar preparados para responder rapidamente a crises, garantindo a restauração do ambiente tecnológico e dos serviços essenciais". 

Impactos em setores essenciais

Conforme amplamente noticiado, em Portugal, cidades como Lisboa, Porto e Braga ficaram parcialmente sem energia. O metrô de Lisboa parou completamente, semáforos deixaram de funcionar e hospitais ativaram geradores de emergência. Na Espanha, a circulação de trens e do metrô de Madri foi suspensa, impactando a mobilidade urbana. Já na França e Bélgica, houve relatos de quedas pontuais de energia. Governos locais realizaram reuniões de emergência, ativaram protocolos de resposta a incidentes e trabalham junto a operadoras de energia e centros de cibersegurança para mitigar danos e prevenir futuras ocorrências.

Ciberataques continuam sendo uma preocupação latente

Especialistas como Eduardo Nery reforçam que a possibilidade de ataques a infraestruturas críticas permanece uma ameaça concreta para governos e empresas. Investir em cibersegurança robusta, simulações de incidentes e planos de resposta rápida é mais necessário do que nunca. “Proteção redobrada, análise contínua de vulnerabilidades e planos de continuidade bem definidos são a única forma de minimizar os riscos de eventos como este, independentemente da causa. Infraestruturas críticas devem ser vistas como ativos estratégicos de segurança nacional”, finaliza Nery.

 Sobre a Every Cybersecurity

Com sede em Brasília e atuação em todo o país, a Every Cybersecurity completa 11 anos em 2025, com projetos nas áreas de Governança, Riscos e Compliance (GRC) e Privacidade da Informação. Entre os clientes atendidos estão SERPRO, Petrobras, Agência Nacional de Águas (ANA), SANEPAR e Governo do Rio de Janeiro. A empresa possui certificações nas normas ISO 27001 e ISO 27701 e conta com o selo Great Place to Work (GPTW).

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