
Pacientes com papilomatose respiratória deverão ser imunizadas
Agência Brasil - EBC by Paula Laboissière – Repórter da Agência        Brasil
      Pacientes com papilomatose respiratória recorrente passaram a        integrar os grupos prioritários para a vacinação contra o HPV. A        inclusão, de acordo com o Ministério da Saúde, foi motivada por        publicações que demonstram os benefícios da vacina como tratamento        auxiliar para a doença, indicando redução no número e no        espaçamento de recidivas em pacientes imunizados.
      A vacina contra o HPV, no caso de pacientes com papilomatose        respiratória recorrente, será ofertada mediante apresentação de        prescrição médica. Para pacientes menores de 18 anos de idade, é        necessário apresentar também um documento com o consentimento dos        pais ou de responsáveis.
      Doença
      De acordo com a pasta, a papilomatose respiratória recorrente é        uma doença pouco frequente, em geral benigna, mas que pode causar        grave comprometimento clínico e psicológico nas pessoas afetadas.        O quadro acomete tanto crianças como adultos.
      Causada pela infecção pelo próprio HPV, sobretudo pelos tipos 6        e 11, a doença caracteriza-se pela formação de verrugas,        geralmente na laringe, mas que podem se estender para outras        partes do sistema respiratório.
      O tratamento é cirúrgico, para remoção das verrugas das cordas        vocais e da laringe. "Mesmo com uso concomitante de medicamentos        que podem ser associados ao procedimento, as recorrências são        frequentes, sendo necessários repetidos procedimentos cirúrgicos",        destacou o ministério.
      "Nos quadros de pior evolução em crianças, as recidivas são        mais agressivas e o prognóstico é pior. Dessa forma, o tratamento,        na maioria das vezes, é extremamente custoso, doloroso e, muitas        vezes, ineficaz", diz a pasta.
      Dose única
      Desde fevereiro, a estratégia de vacinação contra o HPV no país        passou a ser feita em dose única, substituindo o modelo de duas        doses. A proposta, segundo a pasta, é intensificar a proteção        contra o câncer de colo do útero e outras complicações associadas        ao vírus, inclusive a papilomatose respiratória recorrente.
      O esquema dose única contra o HPV foi embasado por estudos de        eficácia e segue as recomendações mais recentes feitas pela        Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana        da Saúde (Opas).
      Quem pode se vacinar
      A imunização contra o HPV no Brasil, atualmente, é indicada        para meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade; vítimas de abuso        sexual de 15 a 45 anos (homens e mulheres) que não tenham sido        imunizadas previamente; pessoas que vivem com HIV; transplantados        de órgãos sólidos e de medula óssea; e pacientes oncológicos na        faixa etária de 9 a 45 anos.
      Testagem
      Em março, o ministério anunciou a incorporação ao Sistema Único        de Saúde (SUS) de um teste para detecção de HPV em mulheres        classificado pela própria pasta como inovador. A tecnologia        utiliza testagem molecular para a detecção do vírus e o        rastreamento do câncer do colo do útero, além de permitir que a        testagem seja feita apenas de 5 em 5 anos.
      A forma atual de rastreio do HPV, feita por meio do exame        conhecido popularmente como Papanicolau, precisa ser realizada a        cada três anos. A incorporação do teste na rede pública passou por        avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no        Sistema Único de Saúde (Conitec), que considerou a tecnologia mais        precisa que a atualmente ofertada no SUS.
      Infecção
      O HPV é considerado atualmente a infecção sexualmente        transmissível mais comum em todo o mundo e o principal causador do        câncer de colo de útero. A estimativa do ministério é que cerca de        17 mil mulheres sejam diagnosticadas com a doença no Brasil todos        os anos.
      Apesar de se tratar de uma enfermidade que pode ser prevenida,        o câncer de colo de útero segue como o quarto tipo de câncer mais        comum e a quarta causa de morte por câncer em mulheres – sobretudo        negras, pobres e com baixos níveis de educação formal.
    
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