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| Focos                  de cancro cítrico foram encontrados em pomares                  comerciais goianos de Cachoeira Alta, Cromínia,                  Gouvelândia, Joviânia e Quirinópolis (Foto: Agrodefesa) |             
Por Kattia Barreto - Agência Cora Coralina
      A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), durante        inspeções de rotina e mediante o Levantamento Fitossanitário        Anual, identificou mais cinco novos focos de cancro cítrico em        pomares comerciais goianos.
      A praga quarentenária é causada pela bactéria Xanthomonas citri        pv.citri., que afeta cultivos de laranja, limão e tangerina, e foi        encontrada, recentemente, em áreas comerciais nos municípios de        Cachoeira Alta, Cromínia, Gouvelândia, Joviânia e Quirinópolis.
      Para a identificação, as amostras coletadas nas propriedades        são enviadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do        Ministério da Agricultura e Pecuária (LFDA/Mapa), em Goiás, para        diagnóstico e emissão de laudo técnico oficial. Em caso de        resultado positivo para cancro cítrico, o produtor de área        comercial poderá optar pela adoção do Sistema de Mitigação de        Risco (SMR), passando o município a ser reconhecido pelo status        fitossanitário de "Área sob Mitigação de Risco" para o cancro        cítrico.
      "A partir da caracterização do status de SMR, são adotadas        diferentes medidas de manejo de risco para proteção contra a        praga", explica a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa,        Daniela Rézio.
      "O objetivo é diminuir o potencial de inoculação dessa praga        para que não afete outras áreas sem ocorrência, além de permitir o        trânsito para outros estados e até mesmo para a exportação dos        frutos."
      De acordo com a gerente, pelo menos duas medidas de manejo de        risco precisam ser tomadas pelos produtores quando o status        sanitário passa a ser de área sob SMR, conforme Instrução        Normativa Federal nº 21/2018.
      "Quando a propriedade comercial é identificada com a praga, ela        fica interditada na Agrodefesa para comercialização dos frutos,        até que adote as medidas designadas pela legislação pertinente",        informa.
      Ela explica que uma delas é a implantação de uma Unidade de        Consolidação, UC, com o objetivo de realizar a higienização e        separação dos frutos contaminados. "Isso garante que os frutos não        contaminados sejam comercializados e que a praga não seja        disseminada para áreas livres da doença", acrescenta.
      Os frutos infestados devem ser destruídos em local apropriado        na propriedade, tendo em vista que em Goiás não há indústria para        processamento dos frutos, os quais mesmo contaminados pela praga        não oferecem risco ao consumo.
      Além dos cinco municípios onde foram identificadas as novas        ocorrências (Cachoeira Alta, Cromínia, Gouvelândia, Joviânia e        Quirinópolis), também estão em área sob SMR as cidades de        Cachoeira Dourada, Inaciolândia, Itumbiara e Rio Verde. No total,        a praga encontra-se presente em 12 propriedades comerciais no        Estado.
      Também está presente em pomares não-comerciais ("fundo de        quintal"). Nesse caso, os municípios de Itajá, Itarumã, Jataí, São        Simão e Lagoa Santa são caracterizados pelo status fitossanitário        de "Área Sob Erradicação".
      Cancro Cítrico
      O cancro cítrico é uma praga quarentenária causada pela        bactéria Xanthomonas citri pv.citri. e que afeta todas as        variedades e espécies de citros de importância comercial, sendo        considerada uma das mais graves pragas da citricultura mundial.
      Os impactos desta doença estão relacionados à desfolha de        plantas, à depreciação da qualidade da produção pela presença de        lesões em frutos, à redução na produção pela queda prematura de        frutos e à restrição da comercialização.
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| Cancro cítrico é considerada uma das mais graves pragas da citricultura mundial (Foto: Agrodefesa) | 
A praga também está presente nos estados do Ceará, Maranhão,        Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande        do Sul, Roraima, Santa Catarina e São Paulo.
      Conforme explica a coordenadora do programa de Citros da        Agrodefesa, Mariza da Silva Mendanha, a caracterização da doença é        visível a olho nu, com sintomas em folhas, frutos e ramos.
      "Os principais sintomas são lesões visíveis, primeiramente na        face inferior da folha e, posteriormente, na face superior. São        circulares, salientes e apresentam halo amarelado, na forma de        pequenos pontos salientes de coloração marrom clara", explica. "A        medida que a doença progride, estas lesões ficam maiores e mais        escuras com aspecto semelhante a verrugas."
      Produção de citros em Goiás
      Goiás é o oitavo maior produtor de citros do país, considerando        as produções de laranja, limão e tangerina, de acordo com os        últimos dados da Produção Agrícola Municipal do Instituto        Brasileiro de Geografia e Estatística (PAM/IBGE – 2022).
      Em 2022, foram cerca de 192 mil toneladas produzidas, sendo        163,2 mil toneladas de laranja, 25,7 mil toneladas de tangerina e        3,1 mil toneladas de limão. A área comercial está estimada em 11        mil hectares, com presença em 97 municípios goianos. São 483        propriedades e 456 produtores no Estado.
      "A Agrodefesa tem um cuidado especial com a produção de citros        em Goiás, especialmente nas propriedades comerciais, porque esse        tipo de lavoura tem grande importância comercial para o estado,        seja na distribuição nas Ceasas, seja na indústria de sucos e        outros produtos, gerando renda e emprego. É um trabalho e um zelo        que trazem benefícios para o produtor e para a toda a sociedade",        finaliza.
    





