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| O umbu-cajá é uma das frutas consideradas prioritárias pela Rota da Fruticultura em Alagoas (Foto: Divulgação) | 
Programa Rotas de Integração Nacional investe mais de R$ 20 milhões no incentivo à produção de frutas umbu cajá
Brasília (DF) – O Ministério da Integração e do Desenvolvimento        Regional (MIDR) vem fomentando a produção de frutas pelo Brasil,        por meio do Programa Rotas de Integração Nacional. A iniciativa        visa estimular o empreendedorismo, o cooperativismo e a inclusão        produtiva, possibilitando que os produtores trabalhem em conjunto,        ganhem escala e possam comercializar com outras localidades,        estados e até países. Tudo isso dentro de um contexto sustentável,        que possibilite a geração de empregos, renda e produtos saudáveis        ao mercado.
      Desde a criação da Rota da Fruticultura, em 2022, o MIDR        investiu mais de R$ 20 milhões na estruturação da cadeia em 158        municípios de três estados do País: Alagoas, Ceará e Goiás, além        do Distrito Federal. Foram beneficiados mais de 3 mil produtores,        responsáveis por cerca de 30 mil toneladas anuais de frutas e        derivados, como polpas, doces e geleias.
      "Investimos em projetos de agregação de valor e capacitação de        produtores de frutas, como abacaxi, goiaba e jabuticaba, e também        com a fabricação de doces, geleias e sucos. O apoio do Governo        Federal, por meio do MIDR, se dá a partir de diferentes frentes de        atuação, como a realização de oficinas e seminários, realização de        pesquisas e aquisição de equipamentos", explica a secretária        Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do        MIDR, Adriana Melo.
      Atualmente, a Rota da Fruticultura conta com 11 polos        estruturados: Polo de Maragogi (AL), Polo de Rio Largo (AL), Polo        de São Miguel dos Campos (AL), Polo de Palmeira dos Índios (AL),        Polo de Arapiraca (AL), Polo de Santana do Ipanema (AL), Polo de        Delmiro Gouveia (AL), Polo da Fruticultura do Cariri e Centro-Sul        Cearense (CE), Polo da Fruticultura do Nordeste de Goiás-RIDE        (DF), Polo da Fruticultura da Região Metropolitana de Goiânia (GO)        e Polo da Fruticultura do Vale do São Patrício (GO).
      Polos de fruticultura goianos
      Criados em 2022, a partir do reconhecimento dos primeiros polos        do Programa Rotas de Integração Nacional, os Polos Goianos são        coordenados pela Universidade Federal de Goiás (UFG), em conjunto        com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e        Abastecimento do Goiás (Seapa-GO). Em 2021, o estado atingiu um        Valor Bruto da Produção (VBP) de cerca de R$ 16 bilhões,        equivalentes a 8,74% do total nacional. Além disso, dados da        Centrais de Abastecimento de Goiás S/A (Ceasa) apontam que a        comercialização do Grupo das Frutas Nacionais totalizou 359 mil        toneladas, em torno de R$ 1,2 bilhão no mesmo ano. A rota conta        com cinco frutas como principais produtos cultivados: abacaxi,        banana, goiaba, jabuticaba e maracujá.
      Como um dos grandes problemas enfrentados pelos produtores de        frutas é o desperdício, começou a ser desenvolvido o processo de        pós-colheita. "Percebemos que há um grande desperdício com as        frutas que trabalhamos. Por exemplo, a jabuticaba plantada na        cidade de Hidrolândia. Após colher, em três dias já começa a        estragar, a fermentar e a carga é muito rápida. Existe um        desperdício muito grande", explica o coordenador do Polo da Região        Metropolitana de Goiânia, Waldemiro Alcântara da Silva Neto.
      O MIDR destinou R$ 1,7 milhão para o Projeto Rota da        Fruticultura, que busca sedimentar os polos da Região        Metropolitana e do Vale do São Patrício. Até o momento, foram        repassados 48% do valor total, para promover oficinas de        beneficiamento das frutas contra o desperdício, como produção de        geleias, doces de pasta e em corte, farinha e aromatizantes. A        expectativa para 2024 é continuar fomentando os produtores que já        foram beneficiados, trabalhar com povoamento de fruta e        cristalização de casca e ampliar as cidades atendidas.
      Morador do município de Flores de Goiás, o agricultor Domingos        Rodrigues Coimbra, 53 anos, destaca que o apoio do MIDR tem feito        diferença para os produtores da região. "Hoje, nós fabricamos        geleia de maracujá, goiaba, manga, caju, abacaxi e várias frutas,        assim como o doce. Temos uma saída muito boa dos produtos. Estamos        cada dia praticando mais e já está funcionando. Estamos prontos        para construir uma agroindústria. Já mandamos nossa geleia para        fazer uma análise em Goiânia e o resultado foi bastante positivo.        Contamos com todos os aparelhos para a produção de frutas. Estamos        com uma expectativa muito boa, além do aumento da renda, que já        está acontecendo", afirma.
      Segundo o coordenador Waldemiro Neto, o processo da        pós-colheita teve uma aceitabilidade muito grande por parte dos        produtores, principalmente das esposas. "Por ficar com os afazeres        da casa e cooperando com o produtor na lavoura, em geral, essa        mulher não tem renda nenhuma. Então, quando ela passa a pegar        aquela fruta que seria desperdiçada e dá um destino comercial para        ela, isso gera uma renda adicional", explica Neto.
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| Com apoio do MIDR, a cozinha coletiva Sabores da Roça passou a produzir geleias e doces das frutas cultivadas na região (Foto: Divulgação) | 
Rosilene de Oliveira Arruda, 38 anos, é moradora do Povoado de        Vila Aparecida, no município de Jaraguá (GO), e coordena o        Movimento Camponês Popular (MCP), que atua no apoio ao pequeno        produtor da região. Em 2021, para ajudar com a renda familiar, o        movimento criou a cozinha coletiva Sabores da Roça, que produz        quitandas caseiras para comercialização em cidades próximas. Com o        apoio do MIDR, por meio de oficinas coordenadas pelas lideranças        locais do Polo da Região Metropolitana de Goiânia, a cozinha        passou a produzir geleias e doces das frutas cultivadas na região.        "Esse projeto veio para complementar a nossa cozinha. Em uma de        nossas participações de uma feira da Agro Centro-Oeste, em        Goiânia, todos quiseram saber de onde saíram essa geleia e doces.        Tinha gente que não conhecia, nunca tinha experimentado uma geleia        com a nossa qualidade e durabilidade", conta a produtora.
      Para a secretária Adriana Melo, o trabalho realizado pela        cozinha coletiva, com apoio do MIDR, representa a inclusão de        gênero altamente proporcionada pelo Programa Rotas de Integração        Nacional. "Diversas comunidades lideradas por mulheres têm        protagonismo no desenvolvimento regional. É uma cadeia que também        envolve o componente da comercialização, devido à produção de        alimentos e derivados das frutas nos diversos biomas onde essa        rota se desenvolve", comenta. "A Rota da Fruticultura estimula a        inclusão produtiva da agricultura familiar, fortalecendo a        produção regional de diversos polos, potencializando a qualidade        dos produtos comercializados", completa.
      "Queremos que a mulher tenha a sua renda, que também tenha meio        de ganhar o seu dinheiro e levar para casa. No nosso povoado,        tinha mulher que não tinha como ganhar um centavo por mês,        dependia muito de marido. Quando a gente passa a garantir a nossa        própria renda, nos sentimos valorizadas como mulheres", reafirma        Rosilene Arruda.
      Alagoas
        Dos R$ 20 milhões investidos pelo MIDR na Rota da          Fruticultura, cerca de R$ 10,2 milhões foram destinados a          Alagoas. Os recursos, provenientes de Termo de Execução          Descentralizada (TED) feito pelo MIDR para a Companhia de          Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba          (Codevasf), permitiram a expansão da atividade, a diversificação          dos produtos e dos mercados atendidos e a agregação de valor à          produção desde 2019.
        O intuito da Rota da Fruticultura Alagoana é promover ações          que assegurem a estruturação de um polo de fruticultura          agroecológico, economicamente viável e integrado, estruturado          com agroindústria de beneficiamento de frutas, central de          produção de mudas e com instalação de uma cadeia produtiva          sistematizada e institucionalizada. A rota conta com 24 frutas          como principais produtos cultivados: umbu, umbu-cajá, caju,          pitomba, seriguela, jaca, manga, licuri, coco, cajá, mangaba,          araçá, banana, maracujá, mamão, laranja, acerola, melancia,          goiaba, abacaxi, jabuticaba, pinha, catolé e jenipapo.
        Coordenada pela Cooperativa Agropecuária Regional de Palmeira          dos Índios (Carpil), a Rota da Fruticultura Alagoana é          estruturada em sete polos de desenvolvimento, compostos por 102          municípios. Cada um conta com um representante no comitê gestor          da Rota da Fruticultura de Alagoas, criado pelas lideranças          locais, com a participação do MIDR, além de outros órgãos          governamentais e entidades particulares. Além disso, o projeto          conta com a participação de 408 associações de produtores de          frutas, oito cooperativas regionais e uma cooperativa central,          que coordena o comitê gestor.
        Até o momento, os recursos provenientes do TED permitiram          realizar o diagnóstico de 8 mil potenciais fruticultores e          espécies a serem cultivadas nos sete polos do estado. Além          disso, R$ 300 mil já foram investidos para a realização de          pesquisa de mercado e plano de negócios no mercado consumidor          para frutas in natura e processadas e R$ 400 mil para a          implantação de uma biofábrica no município de Taquarana e da          central de produção de mudas certificadas.
        Outra parte dos recursos também foi destinada à construção de          galpões, aquisição de máquinas e equipamentos, implementação e          manutenção para funcionamento da unidade de Beneficiamento          Integrado de frutas do município de Igaci e realização de          estudos e pesquisas para a inserção mercadológica do umbu-cajá          no território alagoano, com a implantação de mil jardins de          frutas do gênero Spondias (Umbu, Umbu-Cajá, Pitomba, Seriguela,          Licuri, Cajá, Mangaba, Araçá, Catolé e Jenipapo) e outras          frutíferas.
      




