Missão à Europa teve bons resultados

Governo, universidade e empresários goianos, juntos, conseguiram levar a mensagem de que Goiás é um bom lugar para se investir e também importante para parcerias nas áreas da educação e da inovação tecnológica, chamando a atenção de parte considerável do mundo econômico e acadêmico de quatro importantes mercados de negócios e de capitais europeus


Espanha, Alemanha, Bélgica e Holanda receberam bem a missão comercial de Goiás à Europa, liderada pelo governador Marconi Perillo e secretários, pelo presidente da Fieg, Pedro Alves, e empresários, e pelo reitor da UEG, Haroldo Reimer e professores. Em 15 dias, foram quatro grandes seminários de negócios bilaterais, 48 audiências oficiais com autoridades públicas, organizações empresariais e universidades.

Marconi escolheu a dedo, com a assessoria da UEG e da Fapeg, quatro de oito universidades que visitou, para enviar, no ano que vem, “de 100 a 200 alunos e professores” na busca de especialização em centros de excelência em pesquisas. Serão oferecidas bolsas para graduação, pós em especialização, mestrado e doutorado bancadas pelo projeto Goiás sem Fronteiras -, que logo deve ir para a Assembleia Legislativa, programa de intercâmbio acadêmico para inovação tecnológica do Estado – Inova Goiás.

Acordos
Um dos acordos acertados para o intercâmbio acadêmico foi com o Centro Universitário Bávaro para a América Latina – Baylat – que fica na Baviera Alemã, com características semelhantes a Goiás: origem agrícola, mas com forte industrialização. Outra inspiração para iniciar o projeto pela Europa foi o Serviço de Intercâmbio Acadêmico Alemão, a maior instituição de intercâmbio estudantil do mundo que já envolveu mais de 1 milhão e 700 mil estudantes.

Na Espanha e Bélgica, vários goianos que moram fora do Brasil se colocaram no perfil para receberem apoio do Estado de Goiás, com vistas a organizar suas finanças e investir na terra natal, com assessoria do Sebrae e recursos disponíveis no Banco do Brasil, tendo apoio institucional do Itamaraty. O projeto Andorinhas (inspirado na ave que migra no inverno mas sempre volta à origem), foi mais do que bem recebido pelos goianos e brasileiros que moram na Europa. Foi uma verdadeira festa de muitos imigrantes que fazem remessas para familiares ou se preparam para voltar pra casa, quase sempre com amadorismo, alto risco e, volta e meia, insucesso.

Crise
Em seminários a empresários e investidores estrangeiros, Marconi defendeu a tese de que a crise no Brasil não deve demorar muito e que o câmbio deve melhorar, se tornando interessante para investimentos estrangeiros no Brasil. Para que escolham Goiás, ele levou números que demonstram liderança em crescimento, emprego, ganho de exportação e até em educação, “mesmo que o País ainda se debata contra índices negativos na economia”. Foram apresentações multimídia, interativas, com filmes dinâmicos e uma média de 70 empresários locais em Madri, Berlim, Bruxelas e Amsterdã – as capitais dos quatro países visitados.

No último seminário, realizado na Câmara de Comércio de Roterdã, a comitiva de empresários goianos que acompanhava a missão tiveram mesas de conversas com interessados em negócios previamente selecionados e já focados nos resultados. Ao mesmo tempo, o governador Marconi Perillo convencionou com Jaan Docter, diretor da Câmara e do Porto de Roterdã, a organização de um encontro entre os dirigentes dos portos holandeses e o setor exportador em Goiás. Ainda não foi escolhida a data, mas todos demonstraram ter pressa de avançar nos negócios.

Portos
Além do Porto de Roterdã – o maior da Europa, Marconi conheceu o de Antuérpia, na Bélgica, que é o caminho mais curto entre o Brasil e a Europa, mais ainda quando a Ferrovia Norte-Sul estiver levando os produtos goianos para o porto de Itaqui, no Maranhão. Junto com Fieg e Sebrae, o governo decidiu montar em Antuérpia uma exposição permanente de produtos e empresas exportadoras de Goiás – principalmente de pequeno e médio portes. A ideia é para internacionalizar a base da economia de Goiás, já que 95% das empresas goianas são pequenas.

Ainda para as pequenas empresas, Marconi leva a experiência que conheceu na Aval Madri – um fundo de economia mista que avaliza pequenos negócios para que tenham acesso a crédito barato, com seguro pelo risco. A ideia alavancou os negócios da base econômica espanhola e deu tão certo que o governo e os próprios bancos resolveram virar sócios do negócio.

Nas visitas administrativas, o Governo de Goiás iniciou negociações com o Instituto Panamericano de Políticas Públicas, na Espanha, para consultoria ao Estado nas áreas de segurança pública (principalmente no enfrentamento ao tráfico de drogas e contrabando de armas) , modernização da gestão tributária e no planejamento para que Goiás se antecipe no cumprimento das 17 metas do milênio, estabelecidas pela ONU. São desafios como o extermínio da fome, busca pela igualdade social e sexual, qualidade de vidas e sustentabilidade ambiental. Pedro Flores, diretor do Instituto, deve visitar Goiás para apresentar os projetos.

Encontros
Goiás também leva nova meta inspirada na Aliança Nacional de Logística, que tornou a Alemanha líder na distribuição de mercadorias e serviços no continente europeu. Marconi prometeu ao Ministério de Transportes e Infraestrutura Digital intermediar encontro com as federações industriais de Goiás e do Brasil, para a criação de uma Aliança Brasileira de Logística. A vedete do interesse alemão em Goiás é a licitação do trem de média velocidade entre Goiânia e Brasília que está sendo tocada pelo Governo Federal.

Mesmo que em missões como esta os resultados surjam sempre a médio e longo prazos, algumas expectativas são imediatas. Marconi convidou oficialmente a Heineken para se instalar em Goiás. Explicou por horas as vantagens comparativas e acertou uma resposta para daqui a uma semana. Também há otimismo com os interesses de um dos maiores gigantes do agronegócio europeu – a Alemã Baywa, de Munique. A empresa tem planos de iniciar atividades no Brasil com a primeira iniciativa a ser implantada em Goiás.

Animado com o resultado da missão, Marconi leva para casa, além dos frutos comerciais e acadêmicos, o título de Commandeur de L’Ordre de la Couronne – Comendador da Ordem da Coroa, concedido por ordem do Rei Philippe, da Bélgica e entregue pelo ministro belga do Comércio Exterior, Pieter de Crem. É a mais cobiçada comenda da monarquia belga com a qual o governador de Goiás se declarou “profundamente emocionado e definitivamente ligado ao povo da Bélgica”.

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